Informação semestral sobre a contrafacção do euro
O presente comunicado é o primeiro de uma série de informações semestrais a publicar pelo Banco Central Europeu (BCE), com o intuito de proporcionar informação sobre a evolução da actividade de contrafacção do euro.
Durante os primeiros seis meses do ano (ou seja, desde a entrada em circulação da nova moeda), foram detectadas 21 965 notas de euro falsas. Este valor representa menos de 7% do número total de falsificações de moedas nacionais, de acordo com os dados fornecidos pelos bancos centrais nacionais da área do euro, durante o período homólogo de 2001. Analisado neste contexto, o número de contrafacções do euro até ao momento é ainda bastante reduzido, embora pareça ter-se registado recentemente algum aumento nesta actividade. Não é adequado efectuar uma desagregação por países, dado que actualmente a migração transfronteiras das notas (e, deste modo, das falsificações) é bastante maior do que anteriormente.
As notas e moedas de euro contêm um conjunto de características concebidas para impedir a contrafacção. No entanto, não pode haver motivos para complacência quanto à situação actual da contrafacção. O Eurosistema (ou seja, o BCE e os 12 bancos centrais nacionais dos países da área do euro) continua a acompanhar de perto a evolução dos acontecimentos, nomeadamente, através das seguintes medidas:
- a estreita cooperação com as forças policiais nacionais, através da Europol, na detecção de crimes relacionados com a moeda, encorajando a firme perseguição e a instauração de acções judiciais contra todos os que produzam moeda falsa, que a utilizem de forma consciente ou que usem a contrafacção com intenção fraudulenta;
- a criação de um Centro de Investigação da Contrafacção de Moeda (CICM) no BCE, que coordena a análise de todas as notas falsas, tanto a nível nacional como ao nível da União Europeia, em função da qualidade, da quantidade e dos padrões de distribuição. A análise de moedas falsas é coordenada pelo Centro Técnico e Científico Europeu, que foi constituído pelos Estados-membros da UE e está localizado na casa da moeda francesa, em Pessac, sendo a Comissão Europeia responsável pela sua gestão.
- Além disso, o CICM administra uma base de dados comum, onde são armazenados os dados das análises das notas e moedas falsas. Todas as autoridades da UE envolvidas no combate à contrafacção utilizam esta base de dados. O CICM efectua igualmente a análise e o processamento do pequeno conjunto de falsificações detectadas em países fora da UE.
A qualidade das notas de euro falsificadas tem sido geralmente fraca. Com algumas excepções (principalmente no caso das notas de €50), essas falsificações são o resultado do trabalho de "amadores". Devido à fraca qualidade e também, neste caso particular, ao elevado interesse por parte do público, as falsificações não "circulam" da mesma forma que as notas genuínas. Uma vez colocadas em circulação, são rapidamente detectadas. Efectivamente, as 21 965 notas falsificadas, identificadas nos últimos seis meses, correspondem a uma média de 121 contrafacções por dia. Deste modo, com base em cerca de 7 200 milhões de notas de euro genuínas em circulação, no final de Junho, foi detectada apenas uma falsificação por dia por cada 59 milhões de notas genuínas em circulação.
Em seguida, é apresentada a desagregação das contrafacções por denominação:
€5 | €10 | €20 | €50 | €100 | €200 | €500 | Total | |
Quantidade | 309 | 1 210 | 3 323 | 14 307 | 2 261 | 518 | 37 | 21 965 |
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Percentagem | 2 | 6 | 15 | 65 | 10 | 2 | 0 | 100 |
A nota de €50 tem sido o alvo preferido dos falsificadores, talvez por se tratar de uma denominação de uso generalizado.
A contrafacção de moedas é ainda menos significativa. Até ao momento, foram detectadas apenas 68 falsificações, embora seja necessário ter em consideração que, devido ao seu baixo valor, existe o hábito de deitar fora as moedas falsas em vez de informar as autoridades competentes.
O BCE agradece ao público em geral a sua reacção favorável às campanhas de informação do Eurosistema, assim como a aceitação e interesse demonstrados relativamente à nova moeda. O método do "tacto, aspecto, inclinação" para verificar a autenticidade das notas, que é descrito no material informativo das campanhas, demonstrou ser um meio eficaz para detectar as falsificações. É do interesse de todos os cidadãos continuar a proteger o euro da contrafacção através da vigilância constante, recorrendo sempre ao método do "tacto, aspecto, inclinação".
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